Patroleiro Palhano: Dedicação e amor pelo serviço público

Patroleiro Palhano: Dedicação e amor pelo serviço público

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Funcionário Destaque

Patroleiro Palhano dedicação e amor pelo serviço público
Da série bons servidores Patroleiro Palhano conta um pouco de sua vida. É formando em Gestão
Pública e já foi funcionário do Beto Carreiro. Ele fala É muito gratificante ver o sorriso no rosto das
crianças quando estou atuando nas vias


São Bento do Sul

Ele é natural de Rio Negro, filho do seu Adelino e da dona Célia. É casado com Lilian e tem três filhos a
Andressa, Beatriz e Michel. Tem 44 anos e é formado em Graduação em Gestão Pública, e Pós
Graduado em Gestão Pública Tem cursos de Oratória, Técnico em informática e está Cursando
Practitioner em programação neolinguística

O que fez quando criança e na adolescência?
Palhano: Com dois anos e meio fui abandonado pela minha mãe na rua e fui entregue ao meu pai por
populares, ela me abandonou para viver com seu atual marido em Curitiba e eu iria atrapalhar seu
novo casamento. Fui criado pela dona Célia esposa do meu pai que tenho como mãe a senhora que me
abandonou nunca me procurou e nem tive interesse em ir atrás. Aos 12 anos parei de estudar na
quinta série.
Aos 15 anos fui morar em Balneário Camboriú comecei a trabalhar em uma funilaria e nas horas de
folga lavava carros nas casas para ajudar em casa. Tudo que eu ganhava era para ajudar nas despesas
pois tínhamos muitas dificuldades. Nos finais de semana vendia cerveja na praia, porém, foi por um
período curto pois não tinha dinheiro para pagar a licença para vender e na temporada a fiscalização
pegava. Aos 18 anos fui morar na cidade de Penha para trabalhar no Beto Carreiro como auxiliar na
estofaria por um ano. Aos 19 anos meu pai abriu uma borracharia em Rio Negro e eu fui trabalhar de
borracheiro até os 21 anos.

Como chegou ao serviço público?
Palhano: Meu pai vendeu a casa onde morávamos e tivemos que fechar a borracharia, após isso fui
trabalhar uma safra na Cereagro em Mafra, nesse tempo fiz o concurso na prefeitura de Rio Negro
para o cargo de serviços gerais C que era borracheiro, auxiliar de mecânico e lubrificador e em janeiro
de 2000 fui chamado vindo a assumir o cargo dia 02/02/2000

O que levou você a optar por ser Operador de Máquina ?
Palhano: Como eu tinha contato direto com as máquinas e caminhões pelo fato de eu ser o borracheiro
e sempre manobrava as máquinas e caminhões no pátio, fui criando afinidades, mas a máquina que
me chamava atenção e que brilhava meus olhos era a pá carregadeira mais específico a Komatsu WA
200, eu sonhava com aquela máquina. Até que um dia o secretário de obras me chamou no escritório
e falou -Eu preciso de um patroleiro e vai ser você e se quer uma chance de aprender a hora é agora.
Aceitei o desafio e me deram a máquina mais velha para aprender, uma motoniveladora 140s Huber
Warco 1975, precisava bombar umas 10 vezes para pegar freio, para virar esquina tinha que ficar
manobrando, …

Peguei a máquina apenas com orientação teórica e fui aprender sozinho, confesso que não foi fácil a
primeira semana dava vontade de chorar e desistir não fazia parte dos meus planos.
Com o passar do tempo fui me adaptando, pegando experiência e acabei me apaixonando pela
profissão.
Em 2003 vim a São Bento do Sul para fazer o concurso de operador de máquinas e em 01//06/2004
assumi a vaga em São Bento do Sul e pedi exoneração na prefeitura de Rio Negro.
Atualmente trabalho com uma motoniveladora CAT 120 k ano 2017.
O seu dia a dia no setor de Obras?
Palhano: No meu trabalho não existe uma rotina, seja espalhar asfalto, patrolamento de rua ou
espalhar saibro, cada dia é um trabalho diferente, nunca estamos no mesmo lugar ou serviço.
O que é necessário para um bom patrolamento ?
Para ter êxito e um trabalho de qualidade é fundamental um entrosamento da equipe, pois além do
trabalho de correção de solo que a patrola faz, tem o trabalho do rolista que faz a compactação,
caminhão caçamba que traz o saibro e descarrega, além do caminhão pipa que molha o solo nos dias
muito seco, muitas vezes executamos trabalho de alta complexidade com a motoniveladora (patrola),
por isso é fundamental o trabalho em equipe.

A tecnologia também chegou com as patrolas ?
Palhano: Em comparação a 20 anos atrás as máquinas tiveram um grande avanço tecnológico, hoje os
motores são eletrônicos e poluem menos e são mais econômicas , as motoniveladoras ( patrola ) em
sua grande maioria já vem com ar condicionado e são fechadas. O operador não trabalha mais em pé
como antigamente, hoje existe até GPS, que auxilia o operador no nivelamento de terraplanagens e
rodovias, motoniveladora sem volante, todas as funções são feitas em dois joysticks, infelizmente
essa tecnologia não chega às prefeituras por que é de alto valor e falta de concorrência no mercado,
pois só existe uma marca no Brasil que possui essa tecnologia.

Em média quantos metros se consegue patrolar ao dia, certamente depende das condições do
tempo?
Palhano: Em nossa cidade existem várias ruas estreitas e sem virador o que dificulta ainda mais, sendo
que temos que voltar de ré todo o percurso, diminuindo o rendimento, não tem como especificar uma
média pois varia de bairro para bairro e largura da rua, no interior também o rendimento vai depender
da largura da rua e da quantidade de saibro que é colocado.

E do dia 17 de outubro de 2011?
Palhano: Esse dia foi o pior se não foi um dos piores da minha vida, pois uma falha mecânica na
motoniveladora (patrola) fez com que o motor apagasse em uma decida no bairro Lençol, essas
máquinas dependem do motor para tudo desde freio a direção e sem o motor funcionando não
funciona nada, vindo a tombar em um barranco de uns 2 metros de altura.
Não lembro de muita coisa apenas dos bombeiros me colocando na maca e me levaram até o hospital
parecia uma eternidade cada curva que a ambulância fazia passava um filme na minha cabeça, nasci
de novo, nada de grave graças a Deus

Existe até grupos de amigos de Patroleiros ?

Palhano: Graças as redes socias como facebook, instagran e tiktok nos permite conhecer não apenas
inúmeros patroleiros do Brasil como muitos fãs destas máquinas, temos vários grupos de whatsapp
nos quatro cantos do Brasil, aumentando nosso grau de conhecimento técnico pois um ajuda o outro
em diversas situações.
O incrível que o mesmo trabalho que fazemos aqui, em outras regiões são executadas de formas
diferentes variando de região para região.

E o fascínio das crianças, isso pode levar no futuro elas optar pela profissão?

Palhano: Acredito que sim, ainda sonho antes de me aposentar conhecer um operador que um dia foi
uma daquelas crianças que eu parei a máquina para mostrar e tirar foto com seus pais
É muito gratificante ver o sorriso no rosto das crianças quando estou passando, muitas levantam o
brinquedo para mostrar que eles também têm uma patrola, é emocionante para mim pois no passado
eu estava ali no lugar deles com uma patrola de madeira.

Qual a maior dificuldade hoje no patrolamento ?

Palhano: Em primeiro lugar a falta de paciência com a patrola muitos motoristas não respeitam, mal
sabem eles que lá em cima da patrola existem vários pontos cegos. Sem contar que nunca estamos
olhando para frente sempre estamos de cabeça baixa olhando para a lâmina e cuidando da frente,
laterais e traseira. Um exemplo, se um carro ou moto encostar muito perto da traseira não aparece no
retrovisor e pode ocasionar um acidente em caso de o operador dar ré na máquina.
Segundo a falta de roçada nas ruas e estradas de interior, os galhos das árvores quebram os espelhos,
vidros, na cidade a falta de roçada também prejudica as bocas de lobo que por muitas vezes não
conseguimos enxergar e acabamos danificando as mesmas.
O principal diferencial do servidor público é que este tem a oportunidade de servir a comunidade em
que ele está. Por isso, esta não pode ser vista como uma profissão qualquer, e sim, como um desafio
de se cuidar do que é de todos nós.

Agradecimento
Quero agradecer a todos que trabalham comigo no dia a dia, pois sabemos que os desafios são muitos, porém quando existe uma união na equipe o trabalho se torna mais fácil. Agradecer a todos pelo empenho, responsabilidade e determinação com o qual realizam seus trabalhos. Trabalhos que em muitas vezes corremos riscos de vida pois nossa cidade possui muitos terrenos acidentados e isso ocasiona certos riscos quando entramos com máquinas pesadas nestes espaços para arrumar e deixar transitável para a população. Tenho orgulho em ser servidor público e ajudar a deixar nossa São Bento do Sul cada vez melhor.

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