Despedida a um Campeão das Pistas e da Vida: Alfredo Baum

Nesta última segunda-feira (9), Rio Negrinho e o mundo da velocidade se despediram com tristeza do Sr. Alfredo Baum, que faleceu aos 90 anos, deixando um legado marcante no automobilismo da cidade e de Santa Catarina.

Sua trajetória começou em 1971, quando venceu a primeira edição de um rali urbano-rural, então chamado de “gincana”, organizado em São Bento do Sul. A prova, que cruzava estradas de Campo Alegre e Rio Negrinho formando um percurso em forma de “oito”, era voltada a carros antigos originais. Já na edição seguinte — também vencida por Alfredo — os veículos começaram a ser modificados em busca de mais velocidade.

Por questões de segurança, as corridas passaram a ser realizadas em pistas de terra, primeiro em São Bento do Sul e, depois, em outras cidades. Rio Negrinho entrou nesse cenário com seu próprio autódromo, construído por Sr. Bernardinho Olsen, que também fundou a lendária Equipe Solar. Essa equipe contou com três calhambeques de corrida, sendo o da Categoria V8 pilotado por Alfredo, com preparação feita pelo nosso saudoso pai, Felici. Com esse carro, Alfredo venceu inúmeras provas e campeonatos estaduais, eternizando o número 267, que o identificava nas pistas.

O número e o piloto seguiram juntos quando a Empresa Famorine adquiriu os carros da Equipe Solar, já descontinuada. Mesmo com o veículo bastante modificado, Alfredo continuou conquistando vitórias até o início dos anos 1980, quando as corridas de calhambeques chegaram ao fim.

Alfredo correu ao lado de seu irmão Pedro, também campeão, que competia na Categoria 4 cilindros pela mesma Equipe Solar. Juntos, ajudaram a inserir de vez as corridas no coração da cidade — paixão que permanece viva até hoje, refletida no Rally Rio Negrinho, etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade. Realizado desde 2019 pelo Jeep Clube Rio Negrinho e uma legião de voluntários, o evento já movimentou significativamente o turismo e a economia local. Em setembro, teremos a sétima edição.

Nossos sentimentos a toda a família e amigos do Alfredo, com quem temos uma longa amizade. Ainda garoto, ele acompanhava nossa saudosa mãe em suas viagens para dar aulas no interior da cidade — como ela contava com carinho, era seu “guarda-costas”.

Muitas são as histórias desses anos gloriosos em que convivemos de perto com os irmãos Baum — nas pistas de Rio Negrinho e também nas de Joinville, onde acompanhávamos os competidores de lá que vinham correr aqui.

Nas pistas da vida e da velocidade, Alfredo foi campeão. Muitas vezes.
Que ele descanse em paz. 🙏

Crédito da matéria: Especial Ezequiel Piccinini / SBSOnline