🛒 Supermercados defendem contrato de trabalho por hora e apontam mudança no perfil dos jovens trabalhadores

🛒 Supermercados defendem contrato de trabalho por hora e apontam mudança no perfil dos jovens trabalhadores

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São Paulo – 12/05/2025
Durante a abertura da Apas Show, uma das maiores feiras de alimentos e bebidas do país, realizada em São Paulo, representantes do setor supermercadista defenderam o contrato de trabalho por hora como uma alternativa para enfrentar a dificuldade de contratação no setor. A proposta visa atender à crescente demanda de jovens por flexibilidade e liberdade na jornada de trabalho.

O presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Erlon Ortega, afirmou que há cerca de 35 mil vagas abertas no estado de São Paulo, mas que preenchê-las tem sido um desafio, já que o modelo tradicional de trabalho não atende mais às expectativas da nova geração.

“O jovem não quer mais o modelo antigo de trabalho, ele quer mais liberdade. Precisamos discutir urgentemente o modelo horista, onde se pode trabalhar por hora e, mais do que isso, integrar essas vagas aos programas sociais. O supermercado é a porta de entrada do trabalho formal”, declarou Ortega.

Além disso, ele reforçou que o setor deve ser reconhecido como serviço essencial, dada sua importância no abastecimento da população — especialmente evidenciada durante a pandemia.

Já o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, destacou que o pagamento por hora representa maior autonomia para o trabalhador, inclusive com carteira assinada e possibilidade de rendimentos superiores, dependendo da carga horária escolhida.

“A liberdade de escolher sua jornada de trabalho é o que importa. Cada semana é uma semana diferente. O trabalhador precisa ter o direito de decidir se quer trabalhar mais ou menos”, afirmou Galassi, comparando a flexibilidade ao modelo usado por motoristas de aplicativos.

📝 Entenda o contrato por hora

O contrato de trabalho intermitente, legalizado pela reforma trabalhista de 2017 e confirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2024, permite que o trabalhador atue por horas ou dias específicos. Durante o período de inatividade, ele pode prestar serviços a outras empresas.

Os direitos são garantidos proporcionalmente ao tempo trabalhado, como férias, FGTS e 13º salário, e o valor da hora não pode ser inferior ao equivalente ao salário mínimo ou ao que é pago a empregados da mesma função.

Entidades sindicais, no entanto, criticam o modelo por precarizar as relações de trabalho, dificultar a organização coletiva e reduzir a renda dos empregados.

📈 Varejo com projeções otimistas

Durante o mesmo evento, o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a força do setor supermercadista e do varejo. Segundo ele, a previsão é de que o comércio varejista movimente cerca de R$ 16 bilhões em 2025.

“O PIB do Brasil cresceu 3,4% em 2024, e os supermercados, 6,5%. É um setor campeão de empregos e renda”, afirmou Alckmin na Apas Show, realizada no Expo Center Norte.

O ministro também ressaltou que a reforma tributária trará justiça fiscal e, aliada a iniciativas como Senai e Sebrae, permitirá que até mesmo micro e pequenas empresas tenham melhores condições de crescer

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